seu melhor jogo

O Atlético de Madrid surgiu em 26 de abril de 1903. Fundado por estudantes bascos que viviam em Madrid, o clube na fase inicial levava o nome de Athletic Club de Madrid. A ideia inicial era torná-lo afiliado ao Athletic Bilbao. Por essa razão, as cores do clube o vermelho e o branco são as mesmas de sua base-mãe.

Isso também garantiu o apelido do time e dos torcedores: Los Colchoneros. Tudo porque à época os colchões na Espanha costumavam ser listrados em vermelho e branco, igual à camisa do time. Daí o apelido.

🤑 Aposte em Futebol na Betano e ganhe até 1.000 reais em bônus🤑

Pagamentos via PIX, jogos ao vivo e super odds! 

Atlético de Madrid e a Guerra Civil Espanhola

Quando ocorreu a Guerra Civil Espanhola (1936-1939), o futebol parou no país. Após o término do conflito o futebol voltou e o Athletic Aviación, com sua ligação ao Ministério da Aviação, ganhou títulos e uma inegável origem vinculada ao governo fascista de então.

Essas conquistas ocorreram depois de o time, que disputava a segunda divisão, não tinha estádio e estava muito perto de falir se uniu a outro clube. O novo parceiro era uma equipe de Salamanca ligada ao Ministério da Aviação da Espanha do governo do ditador Francisco Franco. Daí surgiu a denominação Athletic Aviación, primeiro nome do novo clube.

Hoje, na entrada do Riyadh Air Metropolitano, o estádio do Atlético de Madrid, há um avião de combate dos anos 1930 para lembrar o vínculo da história do clube com as forças aéreas do governo fascista de Francisco Franco.

A aviação, aliás, é responsável por passagens terríveis na Guerra Civil Espanhola. Basta lembrar que a Legião Condor, unidade aérea da Alemanha Nazista, serviu à Aeronáutica Nacionalista de Francisco Franco durante a Guerra Civil Espanhola.

O famoso quadro Guernica, de Pablo Picasso, é um retrato do bombardeiro de aviões nazistas à cidade basca de Guernica. Nesse ataque, centenas morreram, entre essas pessoas estavam mulheres, idosos e crianças.

Além disso, o time de Salamanca, com o qual o Athletic se uniu, era formado por oficiais e soldados que lutaram pelas forças falangistas de Franco. O primeiro presidente desse novo clube, que posteriormente viria a se tornar o Atlético de Madrid, foi Francisco Vives Camino, um militar e engenheiro aeronáutico que lutou a Guerra Civil pelo lado dos franquistas.

Outro presidente do clube após a fusão foi Luis Navarro Garnica, tenente-coronel também profundamente ligado à ditadura franquista. Além deles, o clube teve ainda o também militar franquista Manuel Gallego Suárez-Somonte, que foi presidente do clube entre 1941 e 1945, e o jornalista Jesús Suevo, um falangista de primeira hora e simpatizante do nazi-fascismo que depois serviria de base à ditadura franquista.

Suevo se tornou presidente do Atlético de Madrid em 1955. Portanto, os primeiros anos dessa união foram marcados por conquistas e pela inegável presença de pessoas ligadas ao regime franquista na diretoria do clube.

Nos anos do pós-guerra civil na Espanha, o Atlético foi um dos maiores nomes do futebol do país, fazendo frente aos gigantes Real Madrid e Barcelona. Nesse período, um dos principais nomes do clube era do técnico e ex-goleiro da seleção espanhola Ricardo Zamora.

Ricardo Zamora e o Atlético de Madrid

Conhecido como o primeiro galático do futebol espanhol, Ricardo Zamora Martínez, que quando jogou pelo Barcelona ganhou o apelido de “El Divino”, acabaria preso pelas forças republicanas durante a Guerra Civil espanhola e depois pelo franquismo, por se negar a declarar apoio à ditadura fascista.

O então ídolo e goleiro da seleção chegou a ser dado como assassinado pelas forças republicanas durante a Guerra Civil. A notícia da morte do ídolo ganhou as ruas — foi o jornal ABC quem publicou essa fake news em 1936.

O nome de Zamora chegou inclusive a receber uma medalha de honra das forças franquistas, porém, na verdade, o goleiro, estava vivendo tranquilamente em Nice, na França, durante os anos do conflito em sua terra natal.

Os falangistas usaram a notícia do assassinato do ídolo como propaganda durante a Guerra Civil. Ao final do conflito, Zamora retornou à Espanha e se tornou técnico do Atlético Aviación, que depois se tornaria o Atlético de Madrid.

Com ele no comando, o clube ganhou fama após conquistar o bicampeonato nacional na Espanha em 1940 e 1941. Durante os sete primeiros anos da década de 1940 Zamora comandou o time de Madrid.

Na década de 1950, Zamora recebeu de Franco a medalha da Grande Cruz da Ordem de Cisneros pelo serviços que prestou à ditadura. Anteriormente, em 1934, o goleiro também foi homenageado pelo Governo da República, ou seja, pelos dois lados que lutaram na Guerra Civil.

Nas temporadas de 1949-1950 e 1950-1951, o Atlético foi novamente bicampeão nacional. Paradoxalmente, o técnico do time nessa época era o mitológico Helenio Herrera, um franco-argentino filho de um sindicalista espanhol exilado — para muitos foi esquema que ele implantou na Inter de Milão, com Facchetti às vezes jogando de ponta e outras de defensor, que inspirou o Carrossel Holandês de Rinus Michels.

Na década de 1970, o Atlético chegou pela primeira vez à final da Copa da Europa em 1974, quando foi derrotado pelo Bayern de Munique. Na temporada 1976-1977, a equipe conquistou novamente o campeonato nacional espanhol.

Depois, vieram anos difíceis. A equipe só voltaria a ganhar o campeonato nacional na temporada 1995-1996, ou seja, após cerca de vinte anos de fila. Em seguida, a vida do torcedor colchonero se tornou ainda mais complicada.

Rebaixamento e Diego Simeone

Em 2000, o time caiu para a segunda divisão, mesmo depois de contratar o incrível zagueiro paraguaio Carlos Gamarra, para tentar arrumar a defesa — o Atlético de Madrid só retornaria à primeira divisão na temporada 2003-2004.

A história só mudaria em 2011, após a contratação do argentino Diego Simeone para ser técnico da equipe. Com ele, o Atlético ganhou um jeito de jogar muito atrelado à luta e à marcação. Em 2013-2014, o time ganhou a LaLiga. Simeone repetiu o feito na temporada 2020-2021. Nesse meio tempo, ele levou o clube a duas finais da Champions League (2014 e 2016).

Hoje, fazem parte da identidade do clube uma maneira muito peculiar de jogar futebol. Porém, há ainda problemas no clube que, de certa forma, podem ser relacionados à sua história de vinculação com o fascismo.

Em 2024, a torcida organizada Frente Atlético fez uma campanha voltada para ofender com injúrias raciais o jogador brasileiro Vinícius Júnior do Real Madrid.

No ano anterior, torcedores do clube de Madrid penduraram um boneco com a camisa de Vini Jr em uma ponte em Valdebedas, em frente ao CT do Real Madrid, simulando uma espécie de “enforcamento”.

O Atlético de Madrid, após o ocorrido, publicou um comunicado oficial no qual dizia que os atos dos torcedores colchoneros “foram repugnantes e inadmissíveis”.

Assim, em razão de sua formação, o Atlético de Madrid é uma equipe que carrega em si a história da Espanha, da Europa e do futebol, tanto nos seus terríveis erros quanto em seus incríveis acertos.

Crédito foto: Reprodução/X

Leia mais:

Fortaleza terá recorde de público no Brasileirão em jogo contra o Flamengo

Com Ceará Sporting Club, veja os times garantidos na Série A em 2025

Fortaleza reclama de pênalti não dado em Breno Lopes; assista

Fortaleza leva empate do Fluminense no fim e perde chance de encostar no líder do Brasileirão